domingo, 17 de novembro de 2013

A menina Mafalda e nossas eternas inquietudes

Criada no começo da década de 1960, Mafalda foi desenhada inicialmente para uma campanha publicitária que não deu certo. Mas o quadrinho da menina contestadora acabou ganhando espaço no jornal argentino Primera Plana, encantando todos os leitores, até nós brasileiros (arqui-rivais dos hermanos argentinos). Com apenas 6 anos, Mafalda questiona tudo e todos, sempre preocupada com a humanidade e com a tão desejada paz mundial. Para a doce menina de vasta cabeleira e um simples laço de fita, o mundo é um local de desigualdades e guerras sem sentido. A garota também critica o domínio norte-americano, a censura à imprensa, as ditaduras e todas as particularidades do mundo adulto. E claro tinha o maior fascínio por minha banda predileta: Os Beatles. Com humor e inteligência, o desenhista argentino Quino conseguiu por meio  das afirmações e perguntas de Mafalda, falar das inquietudes de toda uma geração. Vale a pena conhecer essa menina, afinal muito temos que aprender com suas perguntas. Aí vão algumas pérolas da Mafalda:






sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Chico, as telas e elas

Ouvindo Chico Buarque esses dias, fui resgatado por uma canção que ouví em 2010, e comprovo é belíssima. Ela faz cinema. Canção feita (dizem as más línguas) para a atriz Deborah Secco, quando esta fazia o filme Meu tio matou um cara (2004) e teve no mesmo período um affair com o malandro sessentão, a música está presente no álbum Carioca (2006). De caráter romântico e beirando a inocência, a música de Buarque nos revela uma de suas ( e minhas também) primeiras paixões: as musas do cinema. Isso depois do cantor já cantar as putas, as virgens, as desquitadas, a outra. Apresentadas por diversas atrizes do cinema nacional, a canção revela a mulher (ou melhor as mulheres) que não necessariamente estão no cinema, mas sim em nossas vidas, exalando falsas sabedorias, fortes influências e beijos no pescoço. Aí vai um trecho da canção e o clip. Vale a pena assistir. Afinal Chico é Chico.
"Quando ela chora, não sei se é dos olhos pra fora, não sei do que ri, eu não sei se ela agora está fora de si ou se é o estilo de uma grande dama..."


                                        

Para: Audrey (Hepburn), Susan (Saradon), Júlia (Roberts), Meryl (Streep) e Michelle (Pfeifer)








segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Frida Kahlo. Sempre.

(Fonte: Domínio Público)
"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome, (...) cores de Frida Kahlo, cores... " É. Próximo ano, em julho de 2014, irão fazer 60 anos da morte de uma das pintoras mais brilhantes do século XX. Frida Kahlo (1907 - 1954). Frida nasceu no México em 1907, mas afirmava a todos que nasceu em 1910, sendo filha da Revolução Mexicana. Esta com sua vida e sua obra ainda despertam em seus admiradores um fascínio de causar marcas. Referência na música "Esquadros" de Adriana Calcanhoto e inspiração com seu quadro intitulado Vila La Vida para o álbum de mesmo nome da banda inglesa Coldplay. Frida contraiu poliomelite aos 6 anos de idade, o que a deixou coxa, logo depois aos 18 anos foi ferida no choque de um bonde com um ônibus, o que fez com que uma barra de ferro atravessasse seu corpo, atingindo sua vagina e seu útero, a deixando impossibilitada de engravidar; devido a isso a artista mexicana convivia com dores terríveis, mas não só físicas. Sua vida amorosa também é cheia de dores sobretudo no casamento com o muralista Diego Rivera, marcado pela infidelidade de ambos (Frida Kahlo além de ser bissexual, teve um caso com nada menos que Leon Trotski). O sofrimento físico, suas angústias e seus medos foram incorporados em seus mais marcantes autoretratos, que a consagraram como uma das mais carismáticas do século XX. Frida é de longe e de perto, uma das pintoras que mais gosto (suas cores, sua história, seu estilo, seus quadros). Aí vão alguns quadros dela. Indico conhecerem sua obra. Mesmo via Google. E claro, sua cinebiografia, interpretada por Salma Hayek em 2002. Mesmo via Youtube.

(Raízes, 1943) 

                                                                  (Autoretrato, 1943)

                                                            (A coluna quebrada, 1944)

O Paul nosso de cada dia

        
(Fonte: Domínio público) 
               Do nada, hoje pensei em publicar um post para um dos meus beatles prediletos. Paul McCartney, como o Billie Shears do álbum Sgt Pepper´s lonely hearts club band, é um e único. Outro músico não atrai, em seus shows, um público tão diversificado. Jovens, adultos e velhos, homens e mulheres. De todas as partes do mundo. Todos conhecem as letras, todos sabem pedir músicas. Aos 70 anos, Paul decide lançar seu mais novo álbum New (2013) em pequenos pubs e praças de Londres. Sem avisar nada a ninguém. Do nada. Como esse post. O autor de "Sgt. Pepper´s" e "Something" entre outras deu uma das viradas mais espetaculares do rock. Com o fim dos Beatles, Paul mergulhou na bebida e nas drogas. Aos 30 anos, enquanto John Lennon empolgava e desafiava o mundo com greves de fome e hinos como "Imagine", Paul  parecia um roqueiro decadente. Hoje não, agora ele só me dá orgulho. Pra finalizar este post indico ouvirem "as antigas" "Live and Let Die" (trilha sonora de um dos 007), "My love" e claro "Yesterday". No mais, perdoem o título (estava sem criatividade) e let be, let be.

sábado, 26 de outubro de 2013

A fita cassete ainda agrada, literalmente !!!

       Erika Isis Simmons usa materiais como fitas, partituras e até rolos de fita em retratos de figuras como Beethoven, Bob Dylan, Jimi Hendrix e Marilyn Monroe. Aos 29 anos, a artista tem criado uma belíssima forma de arte, sustentabilidade e rock in roll. Além disso inspirou o clip "Just the way you are", do cantor Bruno Mars. Ao desenrolar uma fita cassete, a fotográfa teve um insight e criou um belíssimo Jimi Hendrix! A inspiração virou seu primeiro trabalho. Pra quem achava que as fitas estavam no fim, ver isso ser transformado em arte é bem rock in roll, não?!? Aí vão só alguns dessa menina genial: 


The Beatles

 Audrey Hepburn

Alfred Hitchcock

                                                                     Marilyn Monroe

Rivotril, o amor e outra drogas...

         Em anos de Rivotril e consumos excessivos contra a ansiedade, a aflição e a angústia (afinal o excesso de Rivotril fala da escassez de amor - por nós mesmos, claro - ), devemos dar amor, mas amor de verdade. Sou por menos Rivotril e mais carinho. O Rivotril é, segundo dados do IMS Health, o segundo remédio mais vendido no Brasil. Sou por encararmos com maturidade as angústias, os ritos de passagens, as dores do crescer. Ser vulnerável também pode ser bonito. Que possamos ser mais corajosos quando o assunto é dar afeto e ter amor e expressar sentimentos. Tem sentimentos que Rivotril nenhum cura, mas, poema sim. Aí vai um do Vinícius de Moraes, musicada agora pelo cantor Seu Jorge e também pela cantora Céu, para os momentos piegas nosso de cada dia:
Tempo de Amor
"Ah! Não existe coisa mais triste que ter paz
E se arrepender
E se conformar
E se proteger de um amor a mais
O tempo de amor é tempo da dor
O tempo de paz, não faz nem desfaz
Ah! Que não seja meu
O mundo onde o amor morreu..."

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sejamos machos, mas leiamos Beauvoir !!!

     Em épocas onde ser macho é ser bom de cama e fingir que acredita na igualdade entre homens e mulheres e ser fêmea é cantar a tal de "Poderosa" e fingir múltiplos orgasmos, lembrei de uma escritora e também filósofa que costuma ser mais conhecida pelo seu discurso feminista do que por sua conduta como um ser transgressor na História. Simone de Beauvoir. Escritora-referência quando o assunto é liberdade feminina e existencialismo, a autora serve, ou pelo menos deve servir,  como boa iniciativa para conversas e análises quando o assunto vai além da relação homem-mulher. Ler Beauvoir é ter iniciativa de reconhecimento de que a mulher sempre foi um agente excludente das produções historiográficas, e quando nesta apareciam, eram sempre localizadas em lugares particulares, domésticos, simples. Entre as diversas análises que Simone de Beauvoir nos apresenta encontra-se a que a autora francesa revela que a trajetória humana e histórica sempre foi construída para o homem e pelo homem, sendo este pouco interessado na análise do macho e da fêmea, do homem e da mulher; segundo Beauvoir: " a humanidade é masculina; um homem não teria a idéia de escrever um livro sobre a situação peculiar de ser macho... e nunca se preocupa em afirmar a sua identidade como um ser de determinado gênero, o fato de ser homem é algo óbvio."
                                                   
                                                     

       Nesta foto registrada na década de 1950, nota-se toda a feminilidade presente em sua vida, presente também em todo o seu discurso e sua trajetória acadêmica. Pus essa foto propositadamente, há pouco mais de um ano, ela foi proibida de circular nas redes socais, o que só me atraiu a publicá-la aqui. Logo dela que traz com sua leitura para o gênero feminino um dose maior de combustível, tornando-se útil para assinalar a manifestação coletiva da insatisfação e do protesto que já vinham sendo gastos desde que mundo é mundo. Segundo Beauvoir: "Nenhuma educação pode impedir a menina de tomar consciência de seu corpo e de sonhar com seu destino; quando muito pode impor-lhe estritos recalques que pesarão mais tarde sobre toda a sua vida sexual". Sua principal contribuição é sempre propor a discussão democrática e as necessárias rupturas das estruturas psíquicas, sociais e políticas. Ao mesmo tempo que torna pública uma conscientização necessária da mulher; Beauvoir era declarada como "uma mulher que pensava como homem" devido a sua postura de não vitimização da mulher, mas sim busca por um melhor entendimento entre as relações. Cabe a nós homens com coragem e com orgulho reconhecer na busca da História das Mulheres, uma análise útil e necessária à construção da História, esta aparece como uma necessidade de tornar visível aquela que fora ocultada e lançar uma discussão em torno das condições que foram historicamente construídas a sua volta e que resultaram na sua segregação social e política tendo como consequência uma ampla invisibilidade da mulher como sujeito, inclusive como sujeito da História. Em relação a nós, seres tupiniquins, Beauvoir veio ao Brasil em agosto de 1960, trazendo com seus discursos influências que durariam a década de 1960 e todo o século XX. Não quero com esse post desvalorizar a "macharada", mas sim aconselhá-los a ver na luta das mulheres um alternativa eficaz para a boa convivência entre os sexos, sem esse maniqueísmo chato e gritante que diminui a luta e demoniza a nossa vida. Que não me soe um post feminista, apenas um alerta de boa leitura e boa convivência. SEJAMOS MACHOS, MAS LEIAMOS BEAUVOIR!!!